Bolsonaro exibe tornozeleira eletrônica em visita à Câmara: “Humilhação”

Ex-presidente criticou decisão do STF e falou em "resistência" durante ida à Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21) e, em meio a pronunciamentos políticos, exibiu publicamente a tornozeleira eletrônica que está usando por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, trata-se de uma "humilhação" imposta pelo Judiciário.

“Quem diria que eu, presidente da República por quatro anos, hoje estaria usando uma tornozeleira. É humilhante, mas é também uma forma de resistência”, afirmou Bolsonaro diante de parlamentares da oposição e apoiadores.

A tornozeleira foi imposta como medida cautelar no inquérito da Polícia Federal que investiga o envolvimento de Bolsonaro e aliados em um suposto plano de golpe de Estado para tentar manter-se no poder após o resultado das eleições de 2022.

Durante o discurso, Bolsonaro criticou o STF, sugerindo perseguição política. “Querem me calar, mas não vão conseguir. Eu tenho o povo ao meu lado”, disse. A fala foi aplaudida por deputados bolsonaristas presentes, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP).

Clima tenso na Câmara

A presença do ex-presidente provocou reação entre parlamentares. Deputados de partidos de esquerda e centro se retiraram do plenário, acusando Bolsonaro de usar o espaço público para fins políticos em meio às investigações.

Parlamentares da base governista classificaram o ato como "desrespeitoso" e “teatral”, afirmando que a Justiça está apenas cumprindo o seu papel.

Entenda o caso

A investigação da PF envolve não apenas Bolsonaro, mas também ex-ministros, militares e aliados que teriam participado de articulações para desacreditar o sistema eleitoral e tentar reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre as medidas já determinadas contra Bolsonaro estão:

• Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica

• Entrega do passaporte

  
  

• Proibição de se comunicar com outros investigados

  
  

As restrições foram impostas após o vazamento de áudios e documentos que indicariam envolvimento direto do ex-presidente em reuniões e tratativas golpistas.

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